quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Encontramo-nos na Índia...

O Cabo da Boa Esperança é um cabo situado no extremo sul do continente africano. Foi dobrado pela primeira vez em 1487 pelo navegador português Bartolomeu Dias. Contam, as crónicas da época, que como foi avistado depois de vários dias e noites de violenta tempestade, Bartolomeu Dias lhe pôs o nome de Cabo das Tormentas. Foi o rei D. João II que viria a mudar-lhe o nome para Cabo da Boa Esperança, pela possibilidade da ligação entre os oceanos Atlântico e Índico e da consequente chegada à Índia, com tudo o que isso representava de bom para a economia portuguesa.

A nossa expressão «cabo dos trabalhos» vem daí: é uma referência àquelas situações difíceis, ameaçadoras pelas quais passamos. Cada um de nós já experimentou o seu cabo das tormentas, já passou pelo seu cabo dos trabalhos! E, quantas vezes, a dificuldade real, a ameaça concreta é ampliada de forma assustadora pelo pavoroso Adamastor, o monstro fantasioso que nos habita e nos faz magicar cenas terríveis que só existem, afinal, na nossa imaginação.

O grande desafio da viagem continua a ser este: dobrar cada cabo dos trabalhos e mudar-lhe o nome; transformar cada tempestade numa nova possibilidade. O que há depois do cabo...cabe a si escolher! Fica-se pela tormenta, ou consegue construir uma esperança?

Vá lá... ao fim ao cabo, dobrar cabos e dar-lhes um novo nome é algo que faz parte da nossa memória colectiva.

Olhe, boa viagem; encontramo-nos na Índia...

2 comentários:

Anónimo disse...

A verdadeira aventura tem de ser naturalmente louca, desmedida, caótica, pulsante, RADICAL. Mas o aventureiro tem de estar sempre consiente.ag

Anónimo disse...

A verdadeira aventura tem de ser naturalmente louca, desmedida, caótica, pulsante, RADICAL. Mas o aventureiro tem de estar sempre consiente.ag