terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

E depois, é vê-los cair…

Há quem diga que os buracos negros são uma das mais importantes descobertas científicas de todo o século XX. Um buraco negro é um corpo celeste que contém massa concentrada tão densa, tão densa, que nenhum objecto consegue escapar do colossal campo magnético que essa massa gera. Nem mesmo a luz.

No seu interior, as leis que regem o universo parecem desmoronar-se, juntamente com os nossos conceitos de tempo e espaço. O inexplicável, o desconhecido reside nas entranhas desse monstro, que se alimenta do universo que se esmaga e cai nas suas redondezas. Se fossemos sugados contra um buraco negro, o campo gravítico que o forma é tanto, que a matéria que nos dá forma ficaria reduzida a uma ínfima partícula de pó. E há buracos negros mastodônticos. Só para ter uma ideia: O planeta Terra pesa 5,973,600,000,000,000,000,000,000 kg. Se juntássemos 332,946 planetas como nosso, teríamos o peso da nossa estrela, o sol. O maior buraco negro encontrado pesa tanto como 18,000,000,000 estrelas como a nossa. Pesado, não é?

Também há buracos negros no universo de cá de baixo. Sistemas sombrios e assombrosos, ambientes lúgubres, estruturas sinistras que funcionam de forma insana, com leis próprias, à margem da normalidade, de forma difusa, duvidosa, esquiva e misteriosa. A opacidade do sistema assegura o nível de escuridão necessário para o manter em funcionamento e em relativa segurança. É que essas estruturas vivem e reproduzem-se nas trevas. É proibido perguntar, objectar, observar, espreitar… A vitalidade, a vivacidade, a individualidade são devoradas, sugadas nesse abismo, e quem cair no sorvedouro desse redemoinho voraz, simplesmente deixa de existir.

O problema é que os buracos negros têm, inexplicavelmente, um poder sedutor. Não sei se é da nossa irremediável atracção pela penumbra, pelo lusco-fusco, pelo cair do dia, pela média luz, mas o que é certo é que quanto mais misterioso, penumbroso, enigmático…mais atraente se torna. E depois, é vê-los cair…

Sem comentários: