sábado, 29 de agosto de 2009

Por detrás da Moita...

O personagem do momento, no distrito de Santarém, é Moita Flores. E pelas piores razões.

Vindo de um universo alheio à política, o PSD viu nele, há 4 anos, uma figura com suficiente prestígio social e notoriedade pública para ganhar a Câmara de Santarém.

E aí começa o problema: ser figura pública não é garantia de qualidade política. Eu bem sei que está na moda: figuras que têm visibilidade televisiva aparecem, como pára-quedistas, na política.

Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa!!! Ser televisivo não implica ser, necessariamente, um bom político. Eu bem sei que a política pode parecer, por vezes, um território de crimes, traições e conspirações. Mas um bom polícia não faz necessariamente um bom político.

Mas o que é certo é que Moita Flores ganhou a Câmara de Santarém; ganhou através do PSD – através da máquina partidária que esteve à sua disposição, através dos votos dos militantes e simpatizantes do PSD – ganhou através do PSD, dizia, mas, ao que parece, não ganhou para o PSD.

Moita Flores acaba de se desmarcar do PSD e de se desmascarar politicamente. Recebe Sócrates, a quem dá a medalha de ouro da cidade, e deixa entender que trocará o voto no PSD pelo voto no PS, nas eleições legislativas.

Isto é insano; politicamente insano. Como é que um político aceita ser candidato por um Partido no qual não se revê??? Alguém que discorda tanto da orientação política de um partido, não pode aceitar o apoio desse partido para a candidatura como independente. Ou então anda à procura de outra coisa…

É agora, com a candidatura formalizada no Tribunal e com os cartazes na rua, que Moita Flores se lembra que, afinal, de quem gosta mesmo é de Sócrates??? É agora, que o PSD gastou rios de dinheiro com a candidatura de Moita Flores, que ele se lembra que diverge do PSD e converge, afinal, para o PS?

Numa entrevista patética que deu ao 24 Horas, Moita Flores ainda deixa escapar que está cansado e que só fará mais um mandato…

Quanto a mim, tenho dificuldade em perceber que motivação tem um munícipe de Santarém, militante ou simpatizante do PSD, para votar num indivíduo que se diz cansado da função (apesar de só a ter exercido quatro anos…) e que demonstra cumplicidade com um Partido adversário.

Em minha opinião, a PJ perdeu um bom polícia e a política ganhou um mau autarca.

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