segunda-feira, 5 de maio de 2008

Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!


Hans Küng

Para o Prof. Álvaro Santos Pereira, professor da Universidade de York, são três os grandes problemas que a Igreja Católica de hoje enfrenta: (1) a concorrência das outras igrejas, (2) uma crise de vocações e (3) o número de almas disponível por força do aumento do secularismo.

Quando em Novembro os bispos portugueses fizeram a sua visita quinquenal ao Vaticano, a visita "Ad Limina Apostolorum", levaram «um puxão de orelhas do Papa» quando ouviram Bento XVI diagnosticar os grandes problemas da Igreja Católica em Portugal: «é preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II».

Até agora estamos no diagnóstico; o necessário, contudo é uma prescrição terapêutica que salve a Igreja Católica da condição profetizada pelo Prof. Alfredo Teixeira quando diz que «a Igreja na Europa tem o chão a fugir-lhe dos pés e não vai poder voltar a ser o que já foi».

Para que essa renovação aconteça, basta a Igreja Católica dar ouvidos a uma das suas vozes proféticas mais claras, nítidas e lúcidas; a voz e o pensamento de um homem que, apesar da sua pertinência e relevância, tem sido inquisitoriamente silenciado no nosso tempo: a voz do padre Hans Küng, um profeta para o nosso tempo!

Quem é Hans Küng? É um padre católico suíço e um dos mais brilhantes teólogos cristãos do nosso tempo; foi perseguido e banido por João Paulo II por apresentar, há 25 anos atrás, o que chamaríamos de «roteiro para revitalização da Igreja Católica». Se Bento XVI e os bispos portugueses ouvirem o padre Hans Küng, vão ouvir dizer que a sobrevivência da Igreja Católica depende de:

1. Abandonar o dogma da infalibilidade Papal;
2. Terminar com a imposição do celibato dos padres;
3. Acabar com o que ele chama de «clube do Bolinha»(isto é, mulher não entra...).

4. Aceitar o uso de anti-concepcionais;
5. Deixar o culto do marianismo católico;

6. Reconhecer os ministros protestantes e as celebrações eucarísticas protestantes.

O roteiro, apresentado por Hans Küng no seu livro «Por que ainda ser cristão hoje?» (editado pela Verus Editora, do Brasil) está traçado. Seria bom que a Igreja Católica Portuguesa tivesse a coragem de fazer o que parece impossível: fazer-se à estrada e levar o povo português pelo caminho da renovação! Todos ganharíamos!!!

Luís Melancia

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