domingo, 18 de janeiro de 2009


O pastor evangélico Rick Warren, pastor da Saddleback Church, na Califórnia, foi convidado pelo presidente eleito Barack Obama para fazer a oração inaugural na tomada de posse do novo Presidente americano.

A não confessionalidade do Estado Americano, que nem uma única vez tem a palavra «Deus» no seu texto constitucional, não impede os seus responsáveis políticos de considerarem o cristianismo como uma proposta moral e ética de valor incontornável. Daí a presença de um pastor evangélico na cerimónia inaugural.

Entretanto, o pastor Rick Warren está debaixo de fogo porque vários grupos, de sensibilidades diferentes, têm vindo a público criticar a sua participação na cerimónia oficial. Gays, lésbicas e transexuais, além de organizações pró-aborto e organizações de apoio a doentes com SIDA, não concordam com a presença de um pastor na referida cerimónia e acham-se, por esse facto, traídos por Obama.

Já em 2001, aquando da cerimónia de tomada de posse do presidente Bush, o conhecido ateísta Michael Newdow tinha processado judicialmente o pastor Franklin Graham por este ter terminado a sua oração em «nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo».

O que não percebo é como é que estes grupos, que se arvoram em arautos da liberdade individual, do direito à diferença, do respeito pela alteridade, estes protagonistas da modernidade ficam, de repente, tão rígidos, tão sectários, tão intransigentes com o que se afigura diferente do seu quadro de referência!!! Se fossem os cristãos a tomar alguma posição pública contrária à participação de algum destes grupos em alguma cerimónia oficial, ai, ai... caía «o Carmo e a Trindade»: estaríamos diante de fundamentalistas, fanáticos, fascistas, ditadores culturais, atrasados, antiquados e primários. E quando acontece ao contrário?

Parece-me que o discurso da tolerância, da compreensão, da aceitação do outro…ainda só funciona num sentido!!! Afinal há por aí muitos fundamentalistas disfarçados…

1 comentário:

Anónimo disse...

Tem toda a razão ... apressados a criticar mas não admitem críticas
TF