segunda-feira, 5 de maio de 2008

Democracias...católicas ou protestantes?


De acordo com o Diário de Notícias, a qualidade da democracia portuguesa está longe de se comparar às melhores democracias europeias. Ao invés, encontra-se bastante abaixo da média, situando-se ao nível de países como a Lituânia e a Letónia, e só acima da Polónia e da Bulgária.As conclusões são da Demos, uma organização não governamental (ONG) britânica que tem por principal objectivo "pôr a ideia democrática em prática" através, por exemplo, de estudos. A Demos divulgou no final de Janeiro um "top" de avaliação da qualidade democrática em 25 países da UE denominado "Everyday democracy index" (EDI, cuja tradução possível será "index da democracia quotidiana").

No EDI, Portugal está em 21º lugar, ficando apenas à frente da Lituânia, da Polónia, da Roménia e da Bulgária. Vários países que até há poucos anos orbitavam no império soviético encontram-se melhores classificados, segundo este "top".

No cômputo geral, a Demos concluiu o que já se intuía: há um claro padrão geográfico na qualidade das democracias. Os países nórdicos são os melhores. As democracias vão-se fragilizando à medida que se desce no mapa europeu. Os países protestantes tendem a ser mais abertos que os católicos, diz o referido jornal!

No que diz respeito ao papel que a religião desempenha no desenvolvimento de um país, parece que a Ciência Política descobriu agora, em relação à qualidade da democracia, o que Max Weber já tinha descoberto, no século XIX, em relação à qualidade da economia: os vários indicadores de desenvolvimento indicam que os países protestantes são mais desenvolvidos que os católicos!!!

Luís Melancia

2 comentários:

Anónimo disse...

Max Weber está ultrapassado! Leia-se as críticas da historiadora indiana Romila Thapar acerca das generalidades pouco informadas de Weber acerca da Índia antiga! A principal razão pelo desenvolvimento do norte europeu foi a educação da mulher. O protestantismo colocou-lhe a Biblia traduzida nas mão. Foi o começo da sua educação e planeamento familiar! A mulher católica continuou a ouvir o latinório! e pregações dos padres machos.

Luís Melancia disse...

Ainda que Max Weber esteja ultrapassado no que tem a ver com as questões da Índia antiga, registo a sua opinião no que tem a ver com a importância do protestantismo como modelo de desenvolvimento a norte. De resto, esse é o motivo do meu artigo: realçar a importância do protestantismo também enquanto modelo civilizacional! E aqui parece-me que estamos de acordo...