quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um país suicida

Basta comparar os dados da Transparency International: Em 2006, Portugal estava em 26º lugar no ranking dos países menos corruptos a nível mundial. Em 2009, caiu para o 35º lugar. Que “coincidência” chata: durante a última legislatura do Governo PS, assistiu-se a uma queda de nove lugares.

Um país com um índice tão elevado de corrupção no sector público, é um país doente.

1. Adoece socialmente porque se gera um clima de resignação, desistência, de conformismo social. O sentimento geral é o de que nada vale a pena: a sociedade demite-se das suas responsabilidades, renuncia ao sacrifício e abdica do sonho de alguma vez chegar a ver e a viver num país decente e viável.

2. Adoece politicamente porque há uma quebra de credibilidade em relação ao Estado e às suas instituições, de forma inelutável: políticos, gestores públicos, até magistrados gozam, parece, de privilégios vergonhosos e de uma impunidade aviltante. E um país sem instituições fortes é um país em desmoronamento.

3. Adoece economicamente porque espanta, enxota, afugenta de Portugal o investimento estrangeiro, do qual precisamos como de pão para a boca. Que multinacional investe num país que está em queda vertiginosa no índice de corrupção?

4. Adoece moralmente porque se instala um clima de regabofe geral: é o salve-se quem puder. O casal mais famoso de Portugal, o senhor cunha e a dona luva, entram em plena actividade. Os meios passam a justificar os fins e arranja-se uma boa desculpa para quase tudo e limites para quase nada.

Eu disse que um país com um índice tão alto de corrupção é um país doente..mas não: é antes um país suicida.

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