domingo, 6 de julho de 2008

O ensino religioso na escola pública



Começa a ver-se uma certa convergência de entendimentos na criação de uma disciplina de História das Religiões no ensino público, em oposição ao modelo de ensino confessional que temos hoje.Personalidades como Ester Muznick, Peter Stilwell ou Mário Soares vieram a público, ultimamente, defender este modelo do estudo comparado das religiões. O Dr. Paulo Pinto escreveu, esta semana, um artigo no Público que vai no mesmo sentido.

Concordo. Que se crie, desde o 2º Ciclo, uma disciplina de Ciências Humanas (não existe também uma disciplina de Ciências Naturais?) que inclua, entre outros conteúdos, o ensino comparado das religiões enquanto fenómeno social e humano.

Continuo a achar que o ensino confessional deve ficar para a esfera do ensino privado. Aliás, a grande diversidade religiosa que existe hoje torna o ensino confessional público uma impossibilidade.

Mais do que uma disciplina confessional (seja católica, evangélica ou muçulmana) faz falta uma disciplina que trate do fenómeno religioso enquanto elemento estruturante das sociedades. É dessa forma que se começa a ensinar o respeito pelo outro, aquele que pensa e crê de forma diferente da minha.

E os diversos grupos religiosos têm de aprender a ser consistentes: não podem querer ter um Estado laico quando se trata de coarctar privilégios aos outros mas esquecerem-se disso quando se trata de alimentar os seus pequenos interesses confessionais. Ou sol na eira, ou chuva no nabal»; as duas coisas é que não!

Mas é claro que não andamos a dormir…isto levanta outro problema: será que não anda por aí quem pensa que tem o «direito divino» de ocupar essa disciplina…?



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