Num artigo de opinião no DN, Luis Filipe Menezes vem arrasar, com toda a propriedade, a liderança de Manuela Ferreira Leite! Mas vai mais longe na sua observação e deixa-nos uma pista de reflexão engraçadíssima. Diz ele:
«O PSD só "tolerou" dois líderes em três décadas: Sá Carneiro e Cavaco Silva. É decisivo que os seus militantes e apoiantes entendam o porquê de tal bizarria.».
É curioso: descontando Sá Carneiro que morreu, Cavaco vai sendo morto pelo seu próprio partido. A sua cooperação estratégica com o governo caiu mal entre as hostes sociais democratas e o desconforto destes é evidente. Cavaco está irreconhecível - especialmente para aquele PSD que pensava ter, na Presidência da República, um foco de intriga, instabilidade e oposição a Sócrates. Cavaco foi dispensado, descartado como elemento do jogo político do PSD. Para o PSD, Cavaco - o Cavaco útil - morreu; e foram eles que o mataram...
Com a morte do pai, o PSD apaixonou-se pela mãe. Manuela Ferreira Leite - a alma gémea do pai Cavaco - é a figura perfeita da mãe nesta triangulação edipiana deste jogo político psicótico.
Freud tinha razão!
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